segunda-feira, 16 de julho de 2012


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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Feliz Dia do Amigo

E então parece que sua vida está bem ali, em seus braços. Instintivamente, inconscientemente, tudo o que você faz é abraçar mais forte, apertar, na tentativa de fundir ambos os corpos em um só, na tentativa de colar de volta parte do seu ser que foi dividida. É inútil. Esse pequeno tesouro logo se afastará de você, ao menos fisicamente. Afinal permanecerá em seu pensamento, em seu sentimento. Quanto tempo está durando esse abraço? Meros segundos? Minutos, talvez... Quem sabe ainda seus pedidos foram atendidos e o tempo parou, e esse abraço será eterno, assim como seu sentimento. Infelizmente, não. Chega a hora da secessão, que procede-se lentamente. Os olhos se encontram e o sorriso é inevitável. Um beijo na testa. ‘Se cuida’; ‘Não some, ta?’; ‘Eu te amo’.

Feliz dia do amigo.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Acompanhante Temporária

Toda segunda-feira eu vou para a reunião do Quarto Mundo na USP, isso é normal. Porém o fato de eu sair de casa com esse destino não garante a normalidade do meu dia.

O grande ocorrido foi segunda-feira passada, dia 16. Uma única mudança prevista: eu sairia de casa mais cedo, pois uma pré-entrevista com o Novaes [um dos entrevistados no nosso primeiro programa, que será sobre ‘humor crítico’] estava marcada para ‘entre 12:30 e 14 horas’. Um trabalho da faculdade, porém, fez com que eu saísse um pouco depois do esperado, entretanto esse atraso não me impediria de chegar ao meu destino às 13 horas.

Sendo assim, acordei, fiz o trabalho, almocei em frente ao computador [atitude que eu reprovo] e sai de casa. Andei até o ponto, logo peguei meu ônibus e me sentei: banco mais alto, lugar do corredor enquanto o da janela permanecia vazio. Logo o ocupei com minha mochila. Minha única preocupação era em observar as ruas, minha única distração era a música, visto que, pela primeira vez, optei por ir à USP sem twittar pelo celular.

De repente, uma menina aconselha uma mulher a se sentar no lugar ao meu lado, o único disponível no ônibus naquele momento. Com dificuldade e minha ajuda, ela subiu o degrau e sentou-se, os olhos cheios d’água. Perguntei o que ela tinha. ‘Cólica’. Tirei os fones de ouvido, na expectativa de uma conversa. Silêncio ocasionalmente cortado por gemidos de dor da parte dela. Mais uma tentativa frustrada de iniciar um diálogo foi minha pergunta sobre um eventual remédio que ela pudesse tomar, mas infelizmente ela afirmou com firmeza que precisava tomar algo na veia para livrar-se da dor. O silêncio voltou ao seu posto, e o mesmo aconteceu com meus fones, mas a preocupação permanecia em meus olhos, que insistiam em fitar a mulher na tentativa de pensar em um modo de ajudá-la.

Ela falava no telefone, a Cidade Universitária se aproximava, e eu me conformava com a ideia de que não ajudaria. Ela me perguntou se a USP ainda estava muito longe, mas para seu alívio, avisei que após o próximo ponto, chegaríamos na mesma. A conversa findaria-se por ai, mas não resisti à uma última tentativa de diálogo:

- Você vai pro hospital?

- Sim, na Cidade Universitária.

- Ah... quer que eu vá pra lá com você? – perguntei, despretensiosamente, certa de que a resposta seria não. Para meu espanto, minha companhia foi aceita, como se fosse um peso tirado das costas doloridas de minha nova protegida. Numa tentativa pouco eficiente de tranqüilizá-la, disse:

- Certo... só preciso descobrir como chegar lá!

Perguntei ao cobrador, que me orientou a descer no próximo ponto e pegar um dos dois ônibus cujos números ele me disse. Evidentemente nem eu e muito menos a futura paciente decoramos os números, e fui obrigada a parar todos os ônibus e perguntar ao motorista se ele passaria pelo hospital. Recebi uma resposta positiva do terceiro indagado, e embarcamos.

No hospital, de chegada relativamente fácil a partir do ponto, recebemos diversas informações e orientações, eu assinei um papel garantindo ser a acompanhante, mas não soube nem ao menos dizer que o nome dela era Zenilda quando precisaram do nome completo da paciente para procurar o ficha pré-existente no local.

Depois de caminhadas, dor, espera e vômito, acabei por ver alguém tomando Buscopan na veia, fato que eu já havia descrito, apesar de não acreditar que seria possível e, ignorando meu atraso [já avisado], eu permanecia ali, mesmo tendo recebido “despensa” da minha nova amiga, que compreendeu que eu tinha compromissos e precisava ir embora. Precisava, mas não podia. Ao menos não enquanto o verdadeiro acompanhante não chegasse com os documentos da moça que teve a segunda crise de cólica renal em menos de um mês e precisou abandonar o trabalho rumo ao hospital, sozinha e chorando de dor, totalmente vulnerável, e que aproveitava o alívio proporcionado pelo líquido recebido através da agulha que permanecia em seu braço para contar a uma desconhecida, cuja mão ela apertou fortemente nos momentos de dor mais aguda, o que se sucedera naquele dia.

O acompanhante aproximava-se, apenas não sabia como chegar à sala de espera correta e, sendo assim, fomos procurá-lo na entrada do hospital, local onde aconteceu a despedida, com um longo abraço apertado, ela me agradecendo, eu certa de que não fiz mais do que minha obrigação. Fui pro ponto de ônibus sentindo uma mistura de ‘dever cumprido’ com tranqüilidade em saber que a Zenilda ficaria bem e, confesso, orgulho por ter feito algo tão legal.

Depois de uma história tão longa, a passagem do Circular 2, ônibus pelo qual eu esperava, perde totalmente o seu brilho. Para não contá-la de forma extremamente sucinta, reservo-lhe uma postagem exclusiva.

sábado, 2 de abril de 2011

I'm Back Baby One More Time

E olha só quem resolveu voltar... Sim, duas postagens seguidas anunciando minha volta ao blog. Não prometerei que essa será definitiva, já que acreditava que a outra seria assim. Entretanto não pretendo cometer o mesmo erro de novo, afinal não escrever me causa um desequilíbrio que nem a Power Balance que eu roubei consegue anular.

Entretanto, apesar de toda essa minha necessidade de escrever, sou obrigada a admitir que alguns dias eu fico feliz por minha preguiça não ter me impedido de outras coisas importantes como, por exemplo, respirar. Certamente tenho usado menos os meus pulmões para “evitar a fadiga”, fato esse que pode ser considerado como sendo uma novidade boa, afinal quando menos respiro, menos oxigênio é consumido e menos gás carbônico é expelido na atmosfera [consciência ecológica a gente vê por aqui].

Além de cumprir as necessidades básicas, eu tenho ido a faculdade também, de terça a sexta, acordando sempre às 5:30h, o que está simplesmente arruinando minha vida, visto que tenho dormido às 23h [extremamente cedo] e não consigo atingir a cota de 8 horas de sono diário sem a “sonequinha da tarde” que, quando possível, dura 3 horas ou mais. Tirando o sono, a faculdade de Rádio e Tv é incrível, mesmo sendo totalmente teórica, por hora.

Tenho ainda uma novidade espetacular: vou trabalhar a partir da semana que vem [dia 4]. E, se arrumar um trabalho na área, estudando no primeiro semestre é uma maravilha, imagine se com isso vier o bônus de realizar um sonho que foi “abandonado”? Pois isso acontecerá, já que trabalharei na Tv USP [pra quem não sabe, eu sonhava em estudar na USP, até mudar minha cabeça e acabar por prestar apenas o vestibular da Anhembi], mais precisamente no Quarto Mundo, programa totalmente feito por jovens [ http://quartomundotvusp.blogspot.com/ ].

Acredito que, tirando esses pequenos detalhes, minha vida continua a mesma, mas reconheço que mudei muito nesse tempo de recessão, minha personalidade foi reestabilizada. Entretanto não sei se essas mudanças serão notadas aqui, na verdade, não sei se alguém reconhece essas mudanças ou se são meras questões da minha cabeça, freqüentemente destoante em relação à realidade.

Obs: o nome do post faz referência à música 'Baby One More Time' da Britney Spears, contudo isso não significa que eu sou fã da mesma, e sim que, no meu estado sonolento da 00:43 [acordei às 5:30 e a soneca foi breve] pareceu-me oportuno esse nome de post com veia de paródia musical.


sábado, 3 de julho de 2010

Boliinho is Back


Após passado mais de um mês, finalmente retorno à companhia de vocês e à minha própria. Porém estou certa de que alguns estão curioso acerca desse intervalo demasiadamente grande que fiz. Eis aqui vossa explicação.

O começo do meu recesso, acredito eu, pode ser considerado apenas preguiça, um grande descuido da minha parte. Entretanto, esse comodismo em relação a criação, que parecia apenas momentâneo, logo prendeu-me na inércia em um momento que eu não sabia mais quem era. Isso, mesmo. Enquanto não escrevia comecei a pensar e notei que não era mais a Boliinho, garota incrivelmente feliz e disposta a ajudar. Tornava-me chata, irritada e insuportável [convenhamos que eu sou realmente irritante, contudo aproximava-me do extremo]. Prometi mudar, prometi a mim mesma que mudaria.

Notei que sinto falta de escrever, de imaginar, de criar... Eu nem ao menos desenhava mais, deixando de produzir toda a fantasia que sempre passa pela minha mente e torna-me especial. Isso me leva a pensar que todos têm um dom que deve ser cultivado e aprimorado. O meu supostamente é a imaginação, e escrever aqui é o que existe de melhor pra mim. Me faz bem, e mantém-me como sou: uma criança feliz e sonhadora que faz de tudo para por um sorriso nos lábios de quem me faz bem, e são vocês, meus amigos, que me fazem tão bem.

Aproveitando essa postagem sem um assunto muito específico, gostaria de aproveitar para agradecer ao apoio da professora Ozenir, responsável pela recuperação de minha paixão pela Língua Portuguesa, desativada há 2 anos por conseqüência de uma professora que não deve ser mencionada aqui. Além dela, devo fazer uma retratação e deixar clara a errata cometida aqui após o primeiro dia de aula contra a professora Milva que, juntamente com a própria Ozenir, foi uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida escolar esse ano. Ambas são espécies de insetivos que motivam meus estudos (raras são as vezes que estudo, verdade, mas quando esse fato extraordinário acontece, costuma ser um estudo direcionado a matéria de uma delas).

Já que estamos aqui, sinto-me na obrigação de citar o "Bonde da Boliinho", minha companhia durante o Hopi Hari. Vocês me proporcionaram um dos melhores dias da minha vida, algo sem tamanho que para sempre ficará em minha memória, muito obrigada.

Agradeço também a paciência dos que a tiveram e lamento qualquer frustração que meu recesso possa ter causado (:

[desculpa, mas não consegui fazer ficar tudo do mesmo tamanho, quanto eu estiver em casa, tento arrumar ;P

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Em que país ele vive ?

- Estão humilhando toda a nossa nação.

Essa foi a desculpa de Anderson, um garçom carioca que defende sua pátria quando há uma passeata ou qualquer tipo de mobilização contra estrangeiros que fazem comentários vistos como infelizes a respeito da terra por ele tão amada. Foi o que ele fez quando ‘Os Simpsons’ vieram ao Brasil e fizeram piadas mostrando seqüestros, famintos felizes no carnaval e apresentadoras de programas infantis mostradas como garotas de programa, e não seria diferente agora que o suposto comediante (não conseguia ver graça alguma nesse sobrinho de um tal de Sam) Robin Willians alegou que o Brasil, mais precisamente, o seu Rio de Janeiro, tornou-se sede das Olimpíadas porque levou 50 strippers e 500g de cocaína para concorrerem com Michele Obama e a Oprah, representantes de Chicago.

- Quem esse ator fracassado pensa ser para dizer isso sobre o meu país? Ainda mais ele, tantas vezes internado por ter problemas com cocaína.

- Será que não é justamente ai que está a graça? – respondeu Danilo, grande amigo de Anderson, que em contrapartida ao amigo, aceita todas essas brincadeiras e, na verdade, se diverte muito com elas.

- Claro que não, Dan. – retrucou rapidamente o amigo inconformado – Esse velho invejoso tá é bravinho, porque as Olimpíadas serão aqui. Bem feito pra ele. Da próxima vez, ele que leve drogas.

- Ah, eu sei que você não vai mudar de ideia mesmo, deixa. Mas então, hoje à noite, depois de condenar um comediante por fazer uma piada, se vai fazer o que? Processar um chef de cozinha por preparar o ‘prato do dia’?

- Nossa, que engraçado. Agora eu entendi porque você acha que o cara que fez o Peter Pan com 40 anos é um comediante. Mas respondendo a pergunta, eu vou ver tv, aquele programa cheio de mulher pelada...

- Ainda tá passando programas sobre o carnaval? – interrompeu Danilo, em um tom sarcástico.

- Não, seu trouxa. Eu to falando do programa de comédia que passa de sábado à noite, com várias esquetes, com mulher quase pelada, o zelador faz tudo, essas coisas.

- Nossa, And, se mata. Não acredito que você chama isso de comédia. Você só gosta porque te faz parecer mais inteligente perto dos personagens idiotas, porém mais idiota ainda é quem vê, toda semana, um programa que tem sempre as mesmas pessoas, que se metem em situações praticamente iguais para que, no fim, repitam o mesmo bordão estúpido, que é óbvio, desde o primeiro instante de programa, em que momento será dito. Cara, ‘cê assiste os primeiros cinco segundos de cada cena e já sabe tudo que vai acontecer, afinal a “graça” tá numa frase que você já sabe qualé! Se liga.

- Ah, Danilo, nem vem com essas suas conversas, tá? Se isso não é comédia, o que é? Ouvir um estrangeiro falando mal do nosso povo?

- Falando mal, ou falando a verdade? O que acontece é que você tem medo da verdade, o que é mais conveniente do que resolver os problemas da sociedade. Também, o que incomoda vocês são os problemas alheios, e sim o que os outros falam sobre isso, né? Mas vou te falar uma coisa: se você se importa tanto com o que ele diz, fica feliz porque ele não comentou que os turistas não devem comemorar se não forem roubados pelo taxista, pois o serão no calçadão; que mesmo as Olimpíadas acontecendo aqui, muitas crianças não poderão curtir, pois estarão se prostituindo. Você e essa galera toda que tá querendo processar o Robin não fazem nada quando esses problemas tão na fuça de vocês, mas não gostam quando um gringo faz piada por ai, né? Piada mesmo é se importar mais com o que um comediante fala do que com o que o político que você vota faz.

A cada palavra que ouvia, mais transtornado Anderson ficava, sem se quer conseguir interromper o amigo que falava todas aquelas atrocidades contra o querido povo brasileiro. Ao fim do discurso, usando todas as suas forças restantes, finalmente se recompôs e repreendeu o argumentador:

- Ei, qual é? Tá do lado dos comedores de hambúrguer?

- Dan, você é garçom, passa o dia todo servindo hambúrgueres para brasileiros! – responde inconformado – Olha, quando você for criar um estereótipo negativo contra um povo, presta atenção pra ver se não se encaixa nele, vacilão.

Essa foi a gota d’água. Já estava cansado de ouvir o amigo descriminando suas atitudes em prol da nação, não aceitaria que Danilo defendesse os estadunidenses nessa batalha contra o Brasil. Nervoso, ele disse enquanto virava as costas ao seu ouvinte:

- Beleza então, seu americano, depois a gente se fala.

A resposta recebida aumentou sua ira:

- Sou americano mesmo. Nasci no Brasil, que pelo que eu sei, fica na América.Revoltado, entrou no seu carro. No caminho para casa, Anderson manteve os vidros do carro fechados, preocupado com um homem estranho vagando pela rua. Para sua sorte, o mesmo não vinha em direção ao seu carro, e sim a um grupo de mulheres pouco vestidas na calçada. Mais adiante, apesar do dia estar no fim e ser possível ver algumas estrelas no céu, haviam ainda crianças abordando veículos. Contudo esses pobres jovens que tentavam trocar sua infância por moedas, futuramente substituídas por drogas, passaram completamente despercebidas pelos olhos do motorista do Celta prata, indiferente às poças remanescentes na rua, lembranças de uma cidade a submersa pela chuva. O que ocupava a mente do motorista ainda era a incoerência do que a pouco discutia com ele. Até que um sorriso inconformado surgiu, e os mais atentos puderam ler em seus lábios a frase: ‘Em que pais ele vive?’


Crônica realizada para a matéria 'Técnica de Redação', minha opinião sobre o assunto anteriormente abordado foi diretamente transformada pelo mestre Danilo Gentili ;)

sábado, 3 de abril de 2010

Revolução Nata (3ºA - 2010)

O que aconteceu no dia 17 de março de 2010, no 3º ano A do ensino médio do colégio Consolata só pode ser chamado de Revolução, a Revolução Nata (3ºA).

Tudo começou, aproximadamente, no dia dez de março quando o professor Otávio marcou uma prova. Porém, para que tudo faça sentido, são necessárias algumas informações por trás da história, e falando em história relatarei tudo aqui em tópicos, como um capítulo de livro dessa matéria (ou quase).

A Agenda

Na época dos fatos aqui relatados os futuros revolucionários estavam em uma fase de preparação para a faculdade, no ano em que eles precisavam estudar de verdade, tudo o que não estudaram durante a vida toda para garantirem o leitinho das crianças (frase adaptada das aulas de matemática). Logicamente, não era essa a minha preocupação, afinal não pretendo ter filhos, além do fato de que ser rica está nos meus planos. Mas tudo bem, essa história não deve focar diretamente em mim e no que eu pretendo para o meu futuro, ainda tão incerto. Então, a prova anteriormente mencionada foi marcada com uma com sete dias de antecedência, porém para uma semana que prometia ser uma verdadeira confusão para todos, com os seguintes compromissos:

3ªf: prova de inglês e prova de geografia;

4ªf: prova de biologia e entrega do trabalho de biologia;

5ªf: prova de física.

Sei que isso depõe contra a ideia que defenderei aqui, mas eu só estudaria, entre essas cinco provas, para a de biologia, e precisava terminar o trabalho da mesma matéria. Bem, e o Ale me obrigou a estudar para a prova de geografia, que estava marcada para ser em dupla (contudo, eu esqueci o livro de geografia no armário e meu caderno tinha apenas uma folha, então eu não estudei tanto assim). Agora, para me defender, direi que a matéria de biologia era simplesmente impossível, pois a vovó não tinha explicado muito, acho que por causa do trabalho, que ninguém entendeu como deveria ser feito, então o professor Otávio faz o que? Marca a data da prova dele, de um capítulo de quinze páginas para 4ª feira, é lógico!

Com isso, todos os alunos prontamente pediram, imploraram, berraram para que ele mudasse a data, afinal seria improvável que alguém ao menos lesse o capítulo se a prova realmente fosse nesse dia. Acredito que seja óbvio, mas devo dizer que ele não atendeu as nossas preces, e a prova estava confirmada para quarta-feira.

Percebendo a inflexibilidade de nosso professor de história, achamos melhor recorrer ao amor de nossa querida vó Aldinha, professora de biologia, para ver o que ela poderia fazer para nos ajudar, mesmo sabendo que sua prova estava marcada a mais de um mês e não havia obrigação alguma da parte dela de ceder, porém ela prontamente adiou o trabalho, aliviando um pouco nossos problemas, mas isso ainda não era suficiente, pois o grande causador no tormento ainda sairia impune. Algo deveria ser feito.

Matéria de Biologia e Aulas de História

Existe uma razão clara e lógica para todos temerem ambas as provas. A prova de biologia tinha o problema já mencionado aqui, a matéria impossível, chamada ‘A Biologia do Desenvolvimento: Embriologia Animal’. Para deixar todos informados do que isso significar, irei me conter apenas relatando algumas das palavras dessa matéria: telolécito, blástula, anfioxo, trofoblasto, clivagem, mórula, meroblástica, blastóporo, notocorda, entre muitos outros dos quais vocês serão poupados. E não basta saber os nomes, óbvio, precisaríamos também saber suas funções, quando aparecem, do que são originados, o que originam, qual a importância, em quais animais ocorrem... Acho que está claro qual a dificuldade dessa prova, então passarei para os problemas com a de história. O que afligia a maior parte da sala era o fato deles não terem prestado atenção em nenhuma aula, ocupados em conversar, zuar e dormir. Já o meu medo, era outro bem diferente, já que eu tinha prestado atenção nas aulas, feito anotações e perguntado (e zuado, claro, principalmente o Luis Carlos Prestes, apelidado carinhosamente de Arregão). O que acontece é que a gente já tinha feito outra prova, onde havia caído apenas metade da matéria dessa, e foi em dupla e com consulta. Eu, sabendo bem toda a matéria, tirei 6. Ai é que moravam as minhas preocupações, nesse 6 com consulta. Eu sabia que essa prova estaria pior, e as chances de eu tirar uma nota melhor eram bem pequenas.

As idéias

Quando a Nata tem um problema como esse logo começam a surgir idéias espalhadas pelos alunos, nesse caso não foi diferente e logo todos já tinham falado, pensando ou ouvido a principal: ‘Não vamos fazer a prova’. Porém na terça-feira nada estava certo, exceto o que todos já sabiam, ninguém pretendia estudar história, apenas biologia (alguns nem isso) e mesmo assim era pouco provável que as notas fossem boas, devido às dificuldades encontradas nessa matéria e em suas palavras. Então, todos nos retiramos para nossos lares, estudar ou pensar no que fazer.

A Preparação

Infelizmente, meu tempo era curto, afinal sai da escola 11hrs, mas às 13hrs deveria estar de volta para o teatro, de lá iria para o inglês, tendo minha volta para casa prevista para as 17hrs. Bem, eu tinha aproximadamente duas horas para almoçar e aproveitar ao máximo antes do teatro, e foi o que eu fiz: cheguei em casa e dormi. Isso mesmo, afinal, isso aumentaria meu rendimento durante o resto do dia (independente disso, eu estava com sono, muito sono).

Almocei e voltei pra escola. O teatro correu bem, e o inglês idem, contudo, após a aula, tive uma curta conversa com a Carol, que já tinha estudado um bocado e mostrou-me seu resumo de palavras difíceis das duas primeiras folhas. Eu ainda não tinha o menor conhecimento sobre a matéria que cairia na prova, então foi um choque tremendo quando descobri que seria muito improvável que eu conseguisse decorar alguma coisa, mesmo assim, não desistiria da nobre tarefa antes de tentar, nem que fosse só um pouco.

Resolvi fazer um resumo bem didático, ou melhor, bem resumido, isso sim, pois meu resumo se resumia [nossa o.O] nas palavras difíceis e em suas funções, origens, entre outros. É lógico que eu não acreditava ter absorvido matéria alguma, mas mesmo assim, quando terminei de resumir o capítulo, fui “estudar” história. Usei o índice do livro para descobrir quais as páginas do capítulo e fui até elas. Tratando-se de um capítulo de quinze páginas, era evidente que eu não leria tudo, afinal passava das 22hrs e eu não queria ir dormir tarde, então comecei a ler no meio de um parágrafo bem no fim do tópico que precedia o da ‘Coluna Prestes’ e notei que a história relatada no livro era diferente da contada em sala pelo professor, e isso me desanimou demasiadamente, fazendo com que eu apenas folheasse o capítulo, sem nenhuma esperança de aprender aquilo. De repente, lembrei-me do ‘Samba do 3ºA’ e pensei: ‘Uma música? Isso pode dar certo’.

O Dia

Finalmente, o grande dia chegou. A primeira aula foi logo a de biologia, então fizemos a prova e, sinceramente, não achei que estava tão difícil. Tinha apenas uma questão com os desenhos, onde era necessário nomear o tubo neural, a mesoderme, a ectoderme e o arquêntero, e eu não acertei nenhum deles. Mas tudo bem, afinal eu já recebi a prova e posso dizer que eu tirei 7,5 (valia 8) e eu tirei 2 no trabalho que a vó adiou para a semana seguinte, garantindo uma nota 9,5 em uma matéria que eu mal aprendi. Então, chegou a hora de pensarmos na aula de história, que seria a quinta.

A segunda e a terceira aula eram uma dobradinha de matemática e pediram à professora que ela desse um tempo para que estudássemos, e ela aceitou exigindo apenas terminar a correção de três exercícios e explicar uma matéria nova, totalizando aproximadamente meia hora. Quer dizer, dos 100min que ela teria aquele dia, estava dando-nos para estudar outra matéria 70min, isso mesmo, 70% de sua aula. O compromisso não concretizou-se, pois houve muita conversa, o que atrasou a aula e fez com que ela precisasse de mais tempo, mas mesmo assim, tivemos mais de uma aula de folga. Folga que eu aproveitei para exibir a ideia que invadira minha mente na noite anterior, e essa foi aprovada pela Nata e logo, colocada em prática.

A música foi escolhida aleatoriamente, Mamonas Assassinas - Sabão Crá Crá, e então a nova letra já estava sendo formulada, com o nome ‘Oh não, Tatá’. Terminada, tínhamos o intervalo e uma aula para que todos soubessem a música, porém isso não mudava o fato de ninguém ter conhecimento suficiente para fazer a prova e pouco provavelmente ela seria adiada com uma paródia feita em vinte minutos por adolescentes. Algo mais precisava ser planejado durante aquele intervalo, ou rosquinhas choveriam. Será então que seria caso de usarmos a ideia antiga de não fazer a prova? Foi o que começamos a cogitar, chegando a alguns empecilhos, por exemplo, nem todos apoiariam o movimento. Será mesmo que haveria resistência de alguma parte da sala? Afinal, todos pareciam desesperados pelo adiamento da atividade avaliativa que se aproximava. Resolvemos falar com os grupos mais “afastados” da nata, que não participavam das reuniões sobre o assunto e percebemos que a resposta de todos era a mesma: ‘se ninguém fizer tudo bem, eu não faço’. Ótimo, então ninguém faria, mas qual seria o esquema? Receber a prova e entregar logo em seguida? Não daria certo, pois ele teria tempo para nos obrigar a fazê-la. Simplesmente pegar a prova e não fazer nada e depois de um tempo entregá-la? É, parecia o mais viável no momento. Novamente todos foram notificados e ficou combinado.

Minutos finais

Faltando pouco para o fim da aula antecedente à tão esperada, foi resolvido escrever a letra na música na lousa, para que todos, inclusive os que não tiveram acesso a mesma, pudessem cantar. Porém a cantoria não deveria ser instantânea, deveríamos esperar pela possibilidade de um milagre, esperar que ele entrasse na sala e dissesse: ‘a prova não será hoje’. Caso contrário, todos tinham a obrigação de cantar o mais alto possível, sem a preocupação com o tempo, afinal não faríamos nada durante o resto da aula. Mas, e se ele percebesse e nos obrigasse a fazer a prova? Como medida preventiva, um grupo de alunos, que me inclui, resolveu separar uma folha para servir como rascunho. Nela faríamos a prova normalmente e, se fosse preciso, passaríamos a limpo nos últimos minutos da aula, na esperança de garantir uma nota três. Olhando para lousa, estava a letra da música a pouco inventada por mim e a Nata, de repente, o sinal fez-se ser ouvido, e um medo terrível correu pelo meu corpo, como um pressentimento de estar prestes a cometer um erro.

Explosão

A professora de Língua Portuguesa partiu pela porta, e faltava pouco para que nosso oponente pusesse-se diante de nós, para a tão esperada batalha. Devido a uma demora maior que a necessária por parte do professor, começamos a ficar inquietos, e eu deu uma olhada pela janela enquanto todos resolvíamos os detalhes finais: um só fala, não esquece de falar que ele vai dar a prova pro 3ºB semana que vem, ele podia ter passado o filme na aula dele e deixado a prova pra depois (isso mesmo, ele pegou duas aulas de outros professores para passar o filme ‘Olga’, que deve dizer é o melhor filme nacional ou baseado em fatos reais que eu já vi, porém que poderia, e inclusive deveria, ter sido passado nas aulas de história, possibilitando assim que a prova fosse na semana seguinte, mas ninguém quis ouvir nosso apelo). Olhando para o corredor notei o inimigo conversando ao longe, e logo ele estava vindo na direção da nossa fortaleza. Dei o aviso à sala, repleta de apreensão, que colocou-se em silêncio, aguardando o momento decisivo. Ele entrou e olhou em nossa direção, então a pergunta foi feita: ‘a prova vai ser hoje?’ a resposta recebida foi a tão temida e esperada, servindo de sinal para o início da cantoria, que foi rudemente interrompida pela presença da coordenadora à porta.

Novamente em silêncio, todos começaram a se entreolhar enquanto o professor entregava as provas, alheio ao motim que se formava. Era necessária apenas uma olhada e uma balançada de cabeça para termos certeza de que ninguém faria a prova. Com meu rascunho em mãos, comecei a ler a prova sem nome situada sobre minha mesa, li e reli a primeira pergunta, que era enorme, sem descobrir o que, afinal, a questão indagava a mim, impossibilitando a escolha da alternativa correta. De qualquer forma, antes que eu tivesse a chance de ler as alternativas, minha atenção foi tirada pelo comentário: ‘olha a Letícia lendo a prova pra ver se sabe alguma coisa’. Eu ri e respondi: ‘é, eu não consigo nem entender o que ta perguntando aqui’. Tentando voltar a minha inútil leitura notei, ao longe, pessoas querendo desistir da nobre causa que apoiávamos. Revoltei-me virando ao fundo da sala e respondi aos que perguntavam: ‘Não vamos fazer a prova, não podemos. Eu não sei nada!’. Novamente, ri seriamente. Até que o professor parou de dar seus avisos baixou sobre fazer a prova e disse em alto e bom som: ‘Quem não vai fazer a prova coloca o nome, entrega e pode sair da sala’. Era agora ou nunca. Ou alguém fazia alguma coisa naquele momento, ou teríamos que nos render a uma nota baixíssima. Fitei meus companheiros, alguns tentando convencer-me a fazer a prova com o olhar, até que encontrei quem eu precisava: minha amiga de tantos anos, Esther, estava claramente revoltava com a situação, e nem um pouco disposta a fazer aquela atividade. ‘É ela’ pensei e logo comecei a gritar seu nome, para atrair a atenção daquela tão distraída garota e, tendo seus olhos dos meus, disse: ‘Vamos sair’. Repeti três vezes até que ela finalmente se desse conta do que eu dizia e concordasse, levantando-se prontamente, eu atrás dela, em direção a mesa do professor, agora sentado que olhou à duas de suas melhores alunas com espanto. Tendo nossas provas sem nome em mãos, chamou-me assim que eu havia me sentado no meu lugar, apenas pensando ‘por que mais ninguém levantou? Se todos tivessem imitado nosso gesto, não estaríamos em tão maus lençóis’, chamou-me e pediu que eu convocasse a coordenadora Silvana de volta a nossa sala. Arrependi-me na hora de minha tão corajosa atitude e, antes de sair da sala, apenas duas palavras, entre todos aqueles comentários, chegaram aos meus ouvidos: ‘Minha garota’, foi o que a Melissa disse, e fez eu me lembrar porque estava fazendo tudo aquilo.

Com as pernas tremendo e provavelmente com o rosto demasiadamente pálido, rumei à sala da coordenação onde, para minha sorte, apenas a Tati se encontrava. Notando meu visível nervosismo, indagou-me sobre o que estava acontecendo, tentei resistir dizendo apenas que a presença da professora Silvana havia sido solicitada pelo Otávio, mas sendo pressionada, disse resumidamente que não tinha como estudarmos para a prova e eu não a fiz. Recebi um olhar de desaprovação, abaixei a cabeça e me sentei, mas não antes de olhar para a Mell e sorrir.

Conseqüências

Ouvimos muito. O professor devolveu-me minha prova, fez o mesmo com a da Esther, alegando que deveríamos escrever nossos nomes antes de entregá-la. Logicamente não o fizemos até que, na discussão com a sala, ele disse que não precisávamos mais fazer a prova, pois a mesma estava sendo adiada. Senti um alívio da cabeça aos pés, e fui invadida por uma alegria imensa que nem mesmo a atitude do professor, de fazer-se de um pobre coitado que apenas quer ajudar seus alunos e nunca é retribuído, pode estragar. Ele deixou o resto da aula para fazermos um resumo para ajudar-nos a estudar, e eu fui ao fundo da sala, onde fiz meu resumo e conversei com a Nata. Estava evidente que, apesar de termos conseguido o que queríamos, a prova que seria aplicada na semana seguinte estaria impossível. Mesmo assim, tudo aquilo valeu a pena para que todos percebêssemos a força que nossa sala poderia ter, desde que estivesse unida.

Depois de um tempo, recebemos uma visita nem tão agradável. Professora Silvana, que estava atendendo pais, veio a nossa sala, pois queria saber o que estava acontecendo. Essa sim, falou muita coisa. Claro que não me lembro de nada, a não ser algo do tipo: ‘no dia no vestibular vocês vão ter que estudar pra um monte de matérias. Vocês vão querer cancelar o vestibular também?’ ao algo do gênero, realmente não me lembro. Além, é lógico, da mentira de sempre: ‘ninguém quer prejudicar vocês, estamos aqui para ajudar. Por que vocês não falaram com a gente? Nós sempre ouvimos vocês’ Ouvem? Podem até ouvir, mas não consideram nada que é dito pelos alunos na hora de tomar as decisões. Enfim, agora só precisávamos nos preocupar com a prova que seria feita na próxima aula de história.

Substituta

Estudei. É o que posso dizer sobre minha preparação para a prova que faríamos. Resumi toda a matéria e estudei de verdade, mesmo acreditando que meu trabalho não seria recompensado, devido ao grau de dificuldade que eu imaginava para a prova.

Com a prova em mãos me surpreendi, com o pequeno tamanho da prova, com apenas duas questões dissertativas e questões curtas para assinalar. Porém nada se compara ao meu espanto quando notei que a prova estava muito fácil, mas muito fácil mesmo. Fiz tranquilamente toda a prova em vinte minutos e sai da sala pra entregar um recado em algum lugar, não me lembro do que se tratava, mas aproveitei para falar com a Tati e informá-la da grande facilidade encontrada, ao menos por mim, para fazer a prova.

Como informação adicional, digo que tirei 9,5, pois errei uma questão de assinalar apenas e o bom desempenho da sala de um modo geral resultou em uma nova música, dessa vez intitulada ‘Valeu Tatá’.

Moral

Nunca subestime o poder de um grupo de jovens, pois com um ideal em comum e um líder, nada é difícil demais para que não possa ser alcançado.

sábado, 13 de março de 2010

Bom Dia

Uma segunda-feira de manhã, acordo apenas pensando: “terei um dia como outra qualquer, vou pra escola ver os professores que são maus comigo e depois vou trabalhar com meus pais, na mesmice de sempre, para então voltar para casa, tomar banho, jantar e ver televisão”. Porém não foi bem esse o desenrolar dos acontecimentos.

Logo na escola, antes mesmo de começar a rádio, fico sabendo de algo que mudou totalmente minha manhã: teríamos nossa primeira aula laboratório extraordinariamente nessa segunda-feira, pois na quinta-feira, dia marcado pelo horário para essas aulas, teríamos nosso recanto. Para sorte da maior parte da sala que esquecera completamente disso, assim como eu, não precisava levar nada para fazer a experiência, porém a presença do jaleco era indispensável. Assim sendo, fui atrás de um na sala ao lado e consegui. Estava completamente orgulhosa de mim, e quando finalmente chegou a aula, estava com “meu” jaleco em mãos. Meu orgulho só não foi maior que o da professora que meu deu um ponto positivo por isso (na verdade, ela deu positivo para todos com jaleco, fato que pode, convenientemente, ser desconsiderado). Contudo, acredito que esse sentimento bom que a professora teve pela minha pessoa logo passou, e digo isso porque achei que ela ia me bater, porque eu estava, pelo que pude entender, falando demais.

Então vamos pular para o fim da manhã, após todas as aulas, quando fui informada de que haveria esporte para as meninas dos 8º e 9º anos. Logicamente, eu não estava sabendo de nada, pois estou do 3º ensino médio, mas até o ano passado, às segundas-feiras, o ensino médio também tinha esporte. Esse ano, entretanto, não tenho esporte, educação física ou qualquer incentivo a esportes, o que realmente me incomoda, e foi por isso que avisei minhas amigas que deveríamos voltar a escola aquela noite, para recuperar o que é nosso, e duas de minhas fieis escudeiras aderiram prontamente ao meu chamado, ficando então combinado que estaríamos na quadra às 20hrs, quando o esporte começaria.

Antes disso, porém, ainda tinha um item para riscar de minha lista do dia: trabalhar com meus pais. Graças à prática esportiva no fim do dia que, convenientemente, esqueci de informar aos meus pais que não seria destinada a minha faixa etária, voltaríamos para casa do trabalho um pouco mais cedo, aproximadamente às 18h30min, o que representava um grande avanço. Depois de um tempo contando peçinhas minúsculas com minha mãe, um cheiro muito incomodo invadiu nosso local de trabalho e logo o identificamos como ‘cheio de queimado’. Mamãe foi à janela e imaginou que a loja ao lado pegava fogo, e essa suspeita foi confirmada com a chegada de um caminhão de bombeiros. Ignorando meus apelos, continuamos na sala, localizada no 7º andar de um prédio antigo, mesmo sabendo que, a qualquer momento, esse poderia estar em chamas como seu vizinho, e o que me restou a fazer foi tentar ver a água que os bombeiros usavam para apagar o fogo, ou ainda, ver o próprio fogo. Para minha desilusão, constatei que no Brasil (ou talvez, na vida real) os bombeiros não sobem em uma escada enorme e jogam um monte de água na janela do prédio em chamas como vi nos filmes, e infelizmente, tudo que vi foi fumaça, muita fumaça, mas como dizem, ‘onde há fumaça, há fogo’, então me contentei com isso mesmo, e continuei na minha incansável espera pela hora de partida.

De repente, meu pai diz da outra sala: ‘se quiserem, podem ir se aprontando para irmos embora’. Foi nesse momento que meus olhos brilharam e eu percebi que ainda havia uma esperança nesse mundo de caos. Terminamos a contagem que estava em andamento, arrumamos tudo e partimos com apenas um objetivo: jogar handebol. Bem, acredito que apenas eu tinha essa ambição, mas mesmo assim, não posso deixar de relatar fato tão importante que não saia da minha cabeça; depois de tanto tempo, finalmente, após aproximadamente três meses, voltaria a jogar o jogo que eu amo, que me dá forças para viver, que me deixa plenamente feliz. Mal podia esperar para pegar a bola, no campo de defesa, correr até as proximidades da linha pontilhada, dar dois, três passos grandes e rápidos com a bola na mão direita enquanto a mão esquerda garante que a mesma não caia enquanto levanto o braço direito acima da cabeça para aumentar a potência, e tudo isso enquanto eu pulo, pulo e paro no ar, para então olhar nos olhos da goleira e jogar a bola com toda a minha força no canto inferior esquerdo do gol, ou então, jogá-la delicadamente no canto superior direito, encobrindo sutilmente a pobre garota encarregada de defender aquele gol, gol que me atrai como mel atrai o ursinho Poof. Era só isso que estava na minha cabeça naquele momento.

Quando finalmente acordei de meus devaneios, meu pai já estava parando em frente à garagem, para que, em casa, eu me trocasse e então ele e minha mãe pudessem me levar à escola, onde meus sonhos se realizariam.

Cheguei um pouco cedo, então esperei que as meninas menores terminassem seu jogo, e finalmente entrei na quadra, peguei a bola protagonista de minhas visões e a abracei, um abraço de duração igual o tempo que levei para perceber uma garota me observando nesse momento constrangedor, então me recompus, afastei-me da área e fiz com que meu delírio tornasse-se realidade, isso mesmo, fiz um golaço. Logo mais minhas amigas chegaram e fomos muito bem recebidas pelo professor, que se comprometeu a conseguir um horário realmente nosso, para não precisarmos invadir o esporte daquelas crianças adoráveis que, quando me vêm correndo para fazer um gol, morrem de medo e afastam-se daquele lugar entre as traves, tirando completamente a graça de marcá-lo.

E foi assim que uma segunda-feira com tudo para ser medíocre, como outra qualquer, tornou-se um dia maravilhosamente espetacular e essencial para minha vida. Um dia que começou com um pensamento: ‘Tenho que acordar, tanto pra fazer, tudo que eu já sei de cor’ e terminou com um ensinamento: ‘Sem me preocupar com o amanhã sigo sem adivinhar’. Por isso não dá para se entregar à rotina a qual nos acostumamos.

PS: o último parágrafo foi baseado na música ‘Bom Dia’, da banda carioca Scracho. E lembre-se: ‘Scracho é o bicho, mané’.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Amigos Para Sempre LalaiáLaiáLaiá (8)

Depois de dizer que, na escola, é mais difícil fazer presentes para os pais do que fazer amigos, acho que devo destacar a importância deles [dos amigos, não dos presentes]. Mentira, a verdade é que a Aymê [super fã=] pediu pra eu escrever sobre meus amigos, e aqui estou.

Existem vários tipos de amigos, como por exemplo:

*As melhores amigas: sempre juntas, uma sabe de tudo na vida da outra. Quando uma sai, a outra vai junto; quando uma se mete em encrenca, a outra se mete também; suas mães mantêm contato para “dedurá-las”; uma faz de tudo pela outra; se uma está de castigo, a outra provavelmente estará com ela, e não em uma festa, por exemplo; mais do que amigas, irmãs. Exemplo das telinhas: Miley Stewart e Lilly Truscott [Hannah Montana]

*Os melhores amigos: dois garotos que, mesmo sendo de famílias diferentes, mais parecem irmãos. Mesmo brigando muitas vezes, eles (e todos em volta) sabem que farão as pazes. São aqueles que estarão juntos, mesmo durante o maior erro de uma vida, pois se um está nessa o outro também está, nem que seja só para impedir que o amigo se encrenque demais. Mesmo que muitas vezes não demonstrem em público, melhores amigos se amam muito e iriam até o fim do mundo pelo outro. Nada vale mais do que a amizade. Nem dinheiro, nem orgulho, nem garotas. Nada. Exemplo das telinhas: Chris e Greg [Evebory Hates Chris]

*O melhor amigo e a melhor amiga: toda menina tem as melhores amigas para as quais conta aquelas coisas, bem, de menina. Mas nem por isso pode-se abrir mão de um melhor amigo menino. Ele é quem apóia as decisões inapoiáveis, dirá as coisas indizíveis. Com uma visão de mundo diferente da feminina em muitos aspectos, ele irá mostrar a garota que as coisas não são como parecem, e que uma unha quebrada, em muitos casos, não é realmente o fim do mundo. Enquanto isso, a melhor amiga ajuda o amigo a resolver seus sentimentos. Tudo o que um garoto não pode dizer ou demonstrar para seus amigos garotos, com medo de ser zuado para toda a eternidade, ele sabe que pode contar a sua melhor amiga. Sentimentos, medos, sonhos... tudo isso será lindamente discutido entre o menino e a menina, entre o melhor amigo e a melhor amiga, entre o irmão e a irmã. Sempre com muito humor e descontração. Exemplo das telinhas: Clarissa Darling e Sam [Clarissa Explains It All]

*A turma dos melhores amigos: o grupo de pessoas que está sempre junto. Sai junto, almoça junto, faz trabalhos juntos, participa das mesmas atividades extras. Mesmo que às vezes aja uma dúvida antes de contar segredos, essa turma realmente se conhece e se aceita e, mesmo que alguém faça algo diferente, que todos achem estranho e levem um tempo para entendem, eles o apoiarão, pois são os amigos de verdade, e estão sempre dispostos a aceitar a ajudar uns aos outros, principalmente nos momentos mais difíceis. Exemplo das telinhas: Wildcats [High School Musical]

*O melhor amigo e a melhor amiga que se apaixonam: no início tudo é absolutamente igual à “O melhor amigo e a melhor amiga”, porém chega uma hora que um dos dois percebe como o tempo passado com o outro é maravilhoso, que ambos de dão muito bem e poderiam ficar conversando para sempre e seriam as pessoas mais felizes do mundo. Existe respeito, cumplicidade, carinho, compreensão, afeto e amor entre os dois... Então vem uma pergunta: o que eu quero que aja entre mim e meu (minha) namorado (a)? E finalmente percebesse que, tudo (ou quase tudo) que se pode querer ter e sentir com um companheiro, está bem ali, entre nessa amizade. Amizade? É realmente só isso que está sendo sentido? Nada mais? Ai encontrasse o grande dilema. Será que o que é sentido é amor ou amizade? Será que vale a pena ameaçar a grande amizade que existe por causa desse sentimento? Mas, e se ele não for correspondido, a simples pergunta poderia destruir tudo que, com tanto esforço foi construído? Esse tópico permite diversas difusões, portanto poderá, em breve, receber uma postagem própria. Por ora, como exemplos das telinhas temos: Ned Bigby e Jennifer ‘Moze’ [Manual de Sobrevivência Escolar do Ned]

Lembrando sempre que falo sobre amizades de verdade, e não conhecidos ou colegas. Se acha que eu exagerei aqui, talvez você não saiba o que significa uma amizade, o que significa amar uma pessoas que nasce fora da família como se fosse um irmão. Eu sei bem o que é isso, pois tenho amigos de verdade e sei quem são eles, então, muito obrigada, vocês são minha vida!

PS: Acho que houve muita repetição de termos (cacofonia, né Juuh?) nessa postagem, então peço desculpas se a leitura tornar-se desagradável em decorrência a isso.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Tormentos de Verão

Qual o melhor jeito de se passar a tarde de uma quarta-feira de cinzas? Digo qual não é: trabalhando no nem tão agradável escritório do seu pai. Mas como eu já disse aqui, tudo sempre pode piorar. E desta vez, foi o que aconteceu.

Lembrando sempre que neste ano de 2010 tivemos o mês de janeiro mais chuvoso da história paulistana, com mais quarenta dias seguidos de chuva, dias esses sempre seguindo o modelo: dia com muito sol e calor e, no fim da tarde, muita chuva, causando enchentes, desmoronamentos, entre outros problemas.

Certo, indo para o trabalho, ouvimos [meus pais e eu] que a previsão era de calor durante todo o dia e pancadas de chuva no fim da tarde. Logo relacionei com a situação a poucos dias chamada de rotina e, depois de acomodada na sala de trabalho, enquanto contava flybacks disse:

- Vamos embora mais cedo hoje, antes que encha a cidade.

A resposta por mim ouvida foi:

- Não, aqui não enche.

Lembrei-me de, por vezes, minha mãe estar preocupada com meu pai, que ainda estava na rua, indo pra casa, e até uma ocasião em que ela ligou pra ele, dizendo que uma rua próxima a nossa casa estava cheia de água. Mesmo relatando esses fatos aparentemente apagados da memória de todos, minha ideia não foi levada em consideração.

Assim sendo, estávamos prontos para ir pra casa às 18h30 e, adivinhem só, estava caindo o mundo e a rua estava cheia de água. Com muito esforço, saímos do prédio e ficamos no coberto esperando a chuva passar para irmos ao estacionamento pegar o carro. Porém isso me incomodou profundamente, então disse:

- Pai, você não quer um chuveiro com ducha? Então qual o problema de estar chovendo forte? Vai lá no estacionamento pegar o carro e vem aqui pegar a gente! - E ele foi. Acabei por me arrepender quando vi que ele corria e corria, mas não chegava à esquina, sendo que ainda teria que andar um pouco mais para chegar ao estacionamento. Entretanto, não devemos ficar nos martirizando, e como eu aprendi com minha professora que perdoar emagrece, me perdoei.

Uma vez a salvos no carro (chegar ao carro foi uma tarefa muito facilitada por travestis que passavam por ali e pararam para que eu, minha mãe e meu tio chegássemos parcialmente secos com a ajuda de seu guarda-chuva), pegamos trânsito, fomos pelo pior caminho, não enxergávamos a rua e vimos um carro boiando em uma "poça".

Moral da História: não adianta em nada pensar e saber o que fazer quando só se tem 16 anos.