sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Tormentos de Verão

Qual o melhor jeito de se passar a tarde de uma quarta-feira de cinzas? Digo qual não é: trabalhando no nem tão agradável escritório do seu pai. Mas como eu já disse aqui, tudo sempre pode piorar. E desta vez, foi o que aconteceu.

Lembrando sempre que neste ano de 2010 tivemos o mês de janeiro mais chuvoso da história paulistana, com mais quarenta dias seguidos de chuva, dias esses sempre seguindo o modelo: dia com muito sol e calor e, no fim da tarde, muita chuva, causando enchentes, desmoronamentos, entre outros problemas.

Certo, indo para o trabalho, ouvimos [meus pais e eu] que a previsão era de calor durante todo o dia e pancadas de chuva no fim da tarde. Logo relacionei com a situação a poucos dias chamada de rotina e, depois de acomodada na sala de trabalho, enquanto contava flybacks disse:

- Vamos embora mais cedo hoje, antes que encha a cidade.

A resposta por mim ouvida foi:

- Não, aqui não enche.

Lembrei-me de, por vezes, minha mãe estar preocupada com meu pai, que ainda estava na rua, indo pra casa, e até uma ocasião em que ela ligou pra ele, dizendo que uma rua próxima a nossa casa estava cheia de água. Mesmo relatando esses fatos aparentemente apagados da memória de todos, minha ideia não foi levada em consideração.

Assim sendo, estávamos prontos para ir pra casa às 18h30 e, adivinhem só, estava caindo o mundo e a rua estava cheia de água. Com muito esforço, saímos do prédio e ficamos no coberto esperando a chuva passar para irmos ao estacionamento pegar o carro. Porém isso me incomodou profundamente, então disse:

- Pai, você não quer um chuveiro com ducha? Então qual o problema de estar chovendo forte? Vai lá no estacionamento pegar o carro e vem aqui pegar a gente! - E ele foi. Acabei por me arrepender quando vi que ele corria e corria, mas não chegava à esquina, sendo que ainda teria que andar um pouco mais para chegar ao estacionamento. Entretanto, não devemos ficar nos martirizando, e como eu aprendi com minha professora que perdoar emagrece, me perdoei.

Uma vez a salvos no carro (chegar ao carro foi uma tarefa muito facilitada por travestis que passavam por ali e pararam para que eu, minha mãe e meu tio chegássemos parcialmente secos com a ajuda de seu guarda-chuva), pegamos trânsito, fomos pelo pior caminho, não enxergávamos a rua e vimos um carro boiando em uma "poça".

Moral da História: não adianta em nada pensar e saber o que fazer quando só se tem 16 anos.

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