quarta-feira, 20 de julho de 2011

Feliz Dia do Amigo

E então parece que sua vida está bem ali, em seus braços. Instintivamente, inconscientemente, tudo o que você faz é abraçar mais forte, apertar, na tentativa de fundir ambos os corpos em um só, na tentativa de colar de volta parte do seu ser que foi dividida. É inútil. Esse pequeno tesouro logo se afastará de você, ao menos fisicamente. Afinal permanecerá em seu pensamento, em seu sentimento. Quanto tempo está durando esse abraço? Meros segundos? Minutos, talvez... Quem sabe ainda seus pedidos foram atendidos e o tempo parou, e esse abraço será eterno, assim como seu sentimento. Infelizmente, não. Chega a hora da secessão, que procede-se lentamente. Os olhos se encontram e o sorriso é inevitável. Um beijo na testa. ‘Se cuida’; ‘Não some, ta?’; ‘Eu te amo’.

Feliz dia do amigo.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Acompanhante Temporária

Toda segunda-feira eu vou para a reunião do Quarto Mundo na USP, isso é normal. Porém o fato de eu sair de casa com esse destino não garante a normalidade do meu dia.

O grande ocorrido foi segunda-feira passada, dia 16. Uma única mudança prevista: eu sairia de casa mais cedo, pois uma pré-entrevista com o Novaes [um dos entrevistados no nosso primeiro programa, que será sobre ‘humor crítico’] estava marcada para ‘entre 12:30 e 14 horas’. Um trabalho da faculdade, porém, fez com que eu saísse um pouco depois do esperado, entretanto esse atraso não me impediria de chegar ao meu destino às 13 horas.

Sendo assim, acordei, fiz o trabalho, almocei em frente ao computador [atitude que eu reprovo] e sai de casa. Andei até o ponto, logo peguei meu ônibus e me sentei: banco mais alto, lugar do corredor enquanto o da janela permanecia vazio. Logo o ocupei com minha mochila. Minha única preocupação era em observar as ruas, minha única distração era a música, visto que, pela primeira vez, optei por ir à USP sem twittar pelo celular.

De repente, uma menina aconselha uma mulher a se sentar no lugar ao meu lado, o único disponível no ônibus naquele momento. Com dificuldade e minha ajuda, ela subiu o degrau e sentou-se, os olhos cheios d’água. Perguntei o que ela tinha. ‘Cólica’. Tirei os fones de ouvido, na expectativa de uma conversa. Silêncio ocasionalmente cortado por gemidos de dor da parte dela. Mais uma tentativa frustrada de iniciar um diálogo foi minha pergunta sobre um eventual remédio que ela pudesse tomar, mas infelizmente ela afirmou com firmeza que precisava tomar algo na veia para livrar-se da dor. O silêncio voltou ao seu posto, e o mesmo aconteceu com meus fones, mas a preocupação permanecia em meus olhos, que insistiam em fitar a mulher na tentativa de pensar em um modo de ajudá-la.

Ela falava no telefone, a Cidade Universitária se aproximava, e eu me conformava com a ideia de que não ajudaria. Ela me perguntou se a USP ainda estava muito longe, mas para seu alívio, avisei que após o próximo ponto, chegaríamos na mesma. A conversa findaria-se por ai, mas não resisti à uma última tentativa de diálogo:

- Você vai pro hospital?

- Sim, na Cidade Universitária.

- Ah... quer que eu vá pra lá com você? – perguntei, despretensiosamente, certa de que a resposta seria não. Para meu espanto, minha companhia foi aceita, como se fosse um peso tirado das costas doloridas de minha nova protegida. Numa tentativa pouco eficiente de tranqüilizá-la, disse:

- Certo... só preciso descobrir como chegar lá!

Perguntei ao cobrador, que me orientou a descer no próximo ponto e pegar um dos dois ônibus cujos números ele me disse. Evidentemente nem eu e muito menos a futura paciente decoramos os números, e fui obrigada a parar todos os ônibus e perguntar ao motorista se ele passaria pelo hospital. Recebi uma resposta positiva do terceiro indagado, e embarcamos.

No hospital, de chegada relativamente fácil a partir do ponto, recebemos diversas informações e orientações, eu assinei um papel garantindo ser a acompanhante, mas não soube nem ao menos dizer que o nome dela era Zenilda quando precisaram do nome completo da paciente para procurar o ficha pré-existente no local.

Depois de caminhadas, dor, espera e vômito, acabei por ver alguém tomando Buscopan na veia, fato que eu já havia descrito, apesar de não acreditar que seria possível e, ignorando meu atraso [já avisado], eu permanecia ali, mesmo tendo recebido “despensa” da minha nova amiga, que compreendeu que eu tinha compromissos e precisava ir embora. Precisava, mas não podia. Ao menos não enquanto o verdadeiro acompanhante não chegasse com os documentos da moça que teve a segunda crise de cólica renal em menos de um mês e precisou abandonar o trabalho rumo ao hospital, sozinha e chorando de dor, totalmente vulnerável, e que aproveitava o alívio proporcionado pelo líquido recebido através da agulha que permanecia em seu braço para contar a uma desconhecida, cuja mão ela apertou fortemente nos momentos de dor mais aguda, o que se sucedera naquele dia.

O acompanhante aproximava-se, apenas não sabia como chegar à sala de espera correta e, sendo assim, fomos procurá-lo na entrada do hospital, local onde aconteceu a despedida, com um longo abraço apertado, ela me agradecendo, eu certa de que não fiz mais do que minha obrigação. Fui pro ponto de ônibus sentindo uma mistura de ‘dever cumprido’ com tranqüilidade em saber que a Zenilda ficaria bem e, confesso, orgulho por ter feito algo tão legal.

Depois de uma história tão longa, a passagem do Circular 2, ônibus pelo qual eu esperava, perde totalmente o seu brilho. Para não contá-la de forma extremamente sucinta, reservo-lhe uma postagem exclusiva.

sábado, 2 de abril de 2011

I'm Back Baby One More Time

E olha só quem resolveu voltar... Sim, duas postagens seguidas anunciando minha volta ao blog. Não prometerei que essa será definitiva, já que acreditava que a outra seria assim. Entretanto não pretendo cometer o mesmo erro de novo, afinal não escrever me causa um desequilíbrio que nem a Power Balance que eu roubei consegue anular.

Entretanto, apesar de toda essa minha necessidade de escrever, sou obrigada a admitir que alguns dias eu fico feliz por minha preguiça não ter me impedido de outras coisas importantes como, por exemplo, respirar. Certamente tenho usado menos os meus pulmões para “evitar a fadiga”, fato esse que pode ser considerado como sendo uma novidade boa, afinal quando menos respiro, menos oxigênio é consumido e menos gás carbônico é expelido na atmosfera [consciência ecológica a gente vê por aqui].

Além de cumprir as necessidades básicas, eu tenho ido a faculdade também, de terça a sexta, acordando sempre às 5:30h, o que está simplesmente arruinando minha vida, visto que tenho dormido às 23h [extremamente cedo] e não consigo atingir a cota de 8 horas de sono diário sem a “sonequinha da tarde” que, quando possível, dura 3 horas ou mais. Tirando o sono, a faculdade de Rádio e Tv é incrível, mesmo sendo totalmente teórica, por hora.

Tenho ainda uma novidade espetacular: vou trabalhar a partir da semana que vem [dia 4]. E, se arrumar um trabalho na área, estudando no primeiro semestre é uma maravilha, imagine se com isso vier o bônus de realizar um sonho que foi “abandonado”? Pois isso acontecerá, já que trabalharei na Tv USP [pra quem não sabe, eu sonhava em estudar na USP, até mudar minha cabeça e acabar por prestar apenas o vestibular da Anhembi], mais precisamente no Quarto Mundo, programa totalmente feito por jovens [ http://quartomundotvusp.blogspot.com/ ].

Acredito que, tirando esses pequenos detalhes, minha vida continua a mesma, mas reconheço que mudei muito nesse tempo de recessão, minha personalidade foi reestabilizada. Entretanto não sei se essas mudanças serão notadas aqui, na verdade, não sei se alguém reconhece essas mudanças ou se são meras questões da minha cabeça, freqüentemente destoante em relação à realidade.

Obs: o nome do post faz referência à música 'Baby One More Time' da Britney Spears, contudo isso não significa que eu sou fã da mesma, e sim que, no meu estado sonolento da 00:43 [acordei às 5:30 e a soneca foi breve] pareceu-me oportuno esse nome de post com veia de paródia musical.